sábado, 18 de outubro de 2014

Wanderley Andrade em homenagem a Reginaldo Rossi




Longa cabeleira colorida, modelitos berrantes, acessórios diversos,  visual excêntrico, penduricalhos e muita atitude. Um camaleão? “Sou o David Bowie do Brasil. Sei lá o que posso ser. Que tal uma colcha de retalhos?” (risos). Foi nesse tom, às vezes sério, às vezes brincalhão que aconteceu a entrevista por telefone com o cantor Wanderley Andrade, que será uma das principais atrações do Luau Brega, dia 18, às 22h, no Saint Louis Eventos, em noite que terá ainda, as bandas Filhinho de papai, Bruno Shinoda e Swingart, Raiz Tribal, os artistas Elcson Pacheco, DJ Kienzer e JP.
Wanderley esbanja simpatia. A mesma que ele apresenta no palco. Em uma fase produtiva e com agenda de shows no Brasil e no exterior, o cantor comemora o sucesso dos cinco shows que fez nos Estados Unidos recentemente. Ele voltou para o Pará para cumprir agenda no Brasil e depois retornará aos EUA para mais quatro shows. “Foi um sucesso. Muita gente, todos curtindo o show, até porque canto em vários idiomas. E o dito brega, chegou com força total junto à classe média/alta”, comenta.
Isso mesmo, o intérprete paraense tem mais de três décadas de carreira, é poliglota e apresenta um show carregado de sonoridades como calypso, música caribenha, pop, rock, ou brega, como ele diz, que as pessoas rotularam as músicas que falam de amor. “O saudoso e meu querido amigo Reginaldo Rossi falava assim. Que se nossas músicas eram bregas, o que dizer de Leonardo (irmão do falecido Leandro)? Quando você escuta a música  Conquista que diz (canta um trecho): ‘O meu amor virou brinquedo pra ti/Põe na minha boca o mel/Logo em seguida o fel/Depois vem de mansinho querendo agradar/Falando palavras bonitas pra me conquistar/Só não aceito esse teu jeito de querer me amar...’, você não acha romântica? É poesia perfeita. Então é isso”, justifica.
Suas canções vão direto ao coração. A linguagem simples e bem-humorada, porém carregada de romantismo, fazem de suas músicas sucesso na boca do povo como Ladrão de Coração, Detento Apaixonado, Conquista, Terrorista do Amor, Traficante do Amor. 
Wanderley já veio ao Maranhão muitas vezes e desta vez traz um show novinho em tributo a Reginaldo Rossi, seu amigo e uma das grandes influências, e lançando seu CD e DVD. Mas não é só isso. Seus shows trazem rock e pop. Beatles, Bee Gees, Elvis Presley, Raul Seixas, Nina Hagen, Sex Pistols e outros nomes nacionais e internacionais que são sua influência também estão presentes no repertório.
O cantor começou a carreira artística aos 19 anos, apresentando-se em casas noturnas da cidade de Belém. Em 1994, gravou o primeiro LP. O sucesso começou a aparecer três anos depois com a música Ladrão de Coração, cujo disco vendeu cerca de 250 mil cópias. Hoje tem 9 CDs e segundo ele próprio, já vendeu mais de 7 milhões de discos. Foi o primeiro artista brasileiro a gravar CD ao vivo bilingue.

Cinco perguntas//Wanderley Andrade
Como foi a temporada de shows nos Estados Unidos?
Fiz cinco agora em setembro e depois retorno pra fazer mais quatro, cumprindo antes uma agenda de shows pelo Brasil. Deu para verificar que o brega é um consumo espetacular entre a classe média/alta. É um novo momento. Imagina, um show desses hoje chegar a custar 80 reais? Os americanos se renderam aos brasileiros. Cantei Love of My life e eles cantaram todos comigo. Hoje essa consciência mudou, como já falava o saudoso Reginaldo Rossi. Todo mundo consome. Passei por Connecticut, New York, Manhattan e o brega ta muito bem. Canto em todos os idiomas, todos os ritmos numa mistura sonora.

Falando em Reginaldo Rossi, é esse show que você vai trazer para São Luís?
Sim. São Luís vai receber em primeira mão o Tributo a Reginaldo Rossi, em CD e DVD, que foi lançado recentemente no Pará. Vou levar essa música para esse povo lindo de São Luís. Essa  Ilha do Amor fantástica, a qual sou muito grato e aos amigos que tenho por lá. O primeiro show que fiz no Maranhão foi em Buriticupu, com Ladrão de Coração. E de sete anos para cá, já são mais de 80 shows aí em todo o  estado. Tenho um público fiel.

E como você avalia esse seu  momento?
O brega voltou com força total falando de amor de uma forma irreverente. Atualmente o mercado está absorvendo de uma forma bem tranquila, vivendo um momento oportuno. Acho que estamos tirando esse estigma da música brega. A forma como é colocada não tem nada a ver com a música. Eu não tenho esse pensamento. Sob o ponto de vista do rei Reginaldo Rossi, fazemos músicas que falam de amor e hoje esse consumo está em outras classes também.

Quanto ao seu figurino. É você mesmo que monta?
(Risos). Sou eu mesmo. Eu pego muito do visual do Sex Pistols, da Nina Hagen, Elvis Presley. Faço o estilo pop americano e brasileiro. Pego um cinto do Michael Jackson, uma calça do Sebastian Bach, do Skid Row. Uma colcha de retalhos. O importante é que o cabelo está sempre cheiroso (risos).

Qual a melhor definição para o Wanderley Andrade?
Sou o David Bowie brasileiro. Não sei. Como dizia o querido e saudoso Raul Seixas “não sei onde eu to indo, mas sei que estou no meu caminho” (No Fundo do Quintal da Escola)

Serviço
O quê? Luau Brega com Wanderley Andrade
Quando? Hoje, às 22h
Onde? Sant Louis Eventos (Estrada da Maioba)
Quanto? 1º Lote Pista R$ 30,00; Front R$ 60,00

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